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Aqui você vai encontrar artigos inéditos e exclusivos de músicos, pensadores, criadores e educadores.

Vai ver trechos das gravações das rodas de conversa, nas quais os colaboradores foram convidados a refletir sobre temas diversos, relacionados ao ensino musical. As rodas também foram transcritas, para que você possa acompanhá-las na íntegra.

Pedro Paulo Salles

Convidado a escrever sobre “A música como instrumento pedagógico: interdisciplinaridade e transversalidade”, ocorreu-me que a primeira parte do tema me soava um tanto problemática e me incomodava, pois remete a uma prática comum, na qual a música é usada para propósitos nem sempre interessantes (e quase nunca musicais), como um “meio” para se atingir objetivos que variam entre os pseudopedagógicos e os mercadológicos: o velho cartão postal que enfeita a escola para os pais, a clientela. A música, por sua maleabilidade e, principalmente, por seu aspecto sedutor e encantatório, é usada para tornar mais agradáveis disciplinas supostamente áridas, mas nem sempre isso é feito da melhor maneira, podendo tornar-se apenas um paliativo, que camufla problemas da disciplina em questão. Isso ocorre desde a educação infantil até o cursinho preparatório para o vestibular, em que a música é transformada em uma espécie de camelô, que vende conhecimentos baratinhos (e de qualidade duvidosa). Obviamente, esse não deve ser o papel da música no âmbito educacional, ao menos não o único. Esses jingles — assim podemos chamar essas músicas — salvo exceções, não costumam agregar qualquer conhecimento musical ao aluno, mas tão somente resíduos descartáveis.

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