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“Porque estudar Música ‘Erudita'”

Marcos Pupo Nogueira

Quando professores, alunos, dirigentes e gestores da educação trazem a questão de por que estudar a música erudita, ou com outras denominações tais como clássica, de concerto, a “boa música” ou a “música séria”, surge diante de nós a constatação do quanto e há quanto tempo estamos prisioneiros dessas palavras. Para aqueles que acreditam que palavras são importantes, é preciso verificar o sentido de cada uma delas antes de refletir sobre o porquê do estudo do tipo de música que tem admitido tais denominações.

A expressão “música erudita”, pouco utilizada fora do Brasil, pode se referir a composições em que se exige, tanto dos músicos quanto do público, ilustração, ou seja, um tipo de erudição em geral adquirida pela leitura, cursos especia­lizados, audições comentadas de gravações e o hábito de frequentar salas de concerto. “Erudito” tem como antônimo a palavra popular e, mais etimologicamente, significa o oposto de rude ou não cultivado. A palavra “clássico”, por sua vez, remete-se a ideias ou obras paradigmáticas que servem de modelo para outras, ou seja, dignas de serem imitadas. Na antiguidade latina, o sentido era mais exato e se relacionava ao indivíduo pertencente à primeira classe ou, segundo o Dicionário Houaiss, “que é de primeira ordem, de elite”. A expressão “música de concerto” tem sido mais empregada recentemente provavelmente por seu sentido um pouco mais objetivo ao indicar o repertório específico apresentado em salas de concerto.

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